domingo, 18 de julho de 2010

Variação linguística - LIBRAS e Língua Portuguesa

De: Professora de Libras - Andréia Chagas

Assim como em outras línguas, na LIBRAS também temos formas alternativas de dizer a mesma coisa. Essas variações podem ocorrer por região, por idade, por grupos e/ou comunidades diferentes.

Exemplo no português:
Mandioca, conhecida em diferentes regiões, como aipi, aipim, castelinha, macaxeira.



Em Libras:






Dicas para o Concurso Tux Libras

Dicas de sites:

http://atividadeslibras.blogspot.com/

http://libraseducandosurdos.blogspot.com/
Ver menu de assuntos do lado direito.

Dica da professora de Libras, Andréia Chagas.

O Tux não tem dedos.. E agora?

Você pode criar os dedos do Tux assim como os animais abaixo. Vejam!!

Um cachorro fazendo sinal de cachorro em Libras!















Agora, uma tartaruga fazendo sinal de tartaruga:


Concurso Tux Libras


Fiquem ligados!!
O concurso se encerra  A REDEFINIR!! E você pode concorrer com quantos Tux quiser!!

Veja mais detalhes sobre o concurso e outras informações em:

http://www.leticiacapelao.com/tux/concursotuxlibras.html

terça-feira, 13 de julho de 2010

Libras x Língua Portuguesa

A primeira língua (língua natural) dos surdos é a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e a língua portuguesa é sua 2a. língua. Libras é uma língua de característica espaço-visual e, por isso, não necessita de audição para ser adquirida.

Libras se caracteriza pela configuração de mãos, movimento, localização, ponto de articulação que combinados formam um único sinal. Comparando-se a palavra em língua portuguesa com o sinal em Libras, percebe-se que escrita alfabética portuguesa não contém o mesmo significado das palavras em língua de sinais. Um único sinal pode representar uma ou mais palavras em língua portuguesa. Por exemplo:

LP = Meu nome é Letícia. Como você se chama?
Libras = Eu nome L-e-t-í-c-i-a você nome (com expressão facial interrogativa)

LP = A bola está embaixo da cama
Libras = bola cama embaixo

(Fonte consultada: Livro Absurdo ou Lógica de Elidéa Bernardino)

Surdo + Língua Portuguesa

A maioria dos surdos é alfabetizado, conhece a língua portuguesa, saber ler e escrever.

A primeira língua (língua natural) dos surdos é a Lingua Brasileira de Sinais (Libras) e a língua portuguesa é sua 2a. língua. Como o  pensamento do surdo organiza-se em função da língua de sinais, mesmo os surdos alfabetizados podem apresentar dificuldades com a língua portuguesa. Libras tem uma gramática diferente da língua portuguesa, o que torna a escrita e compreensão das duas línguas diferenciada.

O surdo pode ter a capacidade intelectual semelhante à do ouvinte, se adquirir e internalizar a língua desde seus primeiros anos de vida. Contudo, se formos considerar a realidade dos surdos, a maioria deles não tem contato com a sua língua natural (língua de sinais) até os primeiros anos da infância e, até mesmo, na adolescência. Meu irmão, por exemplo, aprendeu libras na adolescência. Isto porque a maioria dos surdos é filho de pais ouvintes. Ou seja, eles tem "contato" com a língua dos pais, que, no caso do Brasil, é a língua portuguesa. Percebe-se então que o surdo enfrenta problemas ao adquirir sua língua natural (língua de sinais) e, consequentemente, pode enfrentar problemas maiores para adquirir a sua 2a. língua.

O nível de  dificuldade do aluno surdo com as palavras em língua portuguesa envolvem questões de sua educação e são legítimas e naturais, pois o surdo, em sua grande maioria, não tem domínio ainda de sua 2a. língua, a língua portuguesa.  Isso é o fator chave que dificulta a compreensão, pelos surdos, dos textos em língua portuguesa. Além disso, o surdo está inserido em uma comunidade, em que, a maioria das pessoas são ouvintes e não conhecem a cultura surda. O que novamente colabora para um problema na comunicação entres surdos e ouvintes.

Outros fatores que são causas de problemas de comunicação dos surdos e na sua relação com a língua portuguesa (sua 2a. língua no Brasil) são: fracasso do sistema escolar para surdos, razões e origens; formas diferenciadas e equivocadas na alfabetização tanto de crianças quanto adultos surdos; uso da língua portuguesa na alfabetização de surdos e não da sua primeira língua (LIBRAS); falta de conhecimento de profissionais (professores) que estão envolvidos na educação de surdos; história da educação de surdos; dificuldade em adquirir a 2a. lingua (português) devido ao aprendizado tardio da primeira língua (LIBRAS); diferenças nas estruturas gramaticais da língua de sinais  e a língua portuguesa; idade em que se perdeu a audição; se são filhos de pais ouvintes ou surdos.

Deficiente auditivo ou surdo ou surdomudo

Deficiência auditiva é a diferença entre o desempenho do indivíduo e a habilidade normal para a detecção sonora várias frequências por decibéis (dB), de acordo com padrões estabelecidos pela American National Standards Institute (ANSI). Considera-se, em geral, que audição normal corresponde à habilidade para detecção de sons de 20 dB (uma conversação normal varia de 40 a 60 dB). As pessoas com com níveis de perda auditiva leve, moderada, acentuada e severa são mais frequentemente chamados de deficientes auditivos, enquanto os indivíduos com níveis de perda auditiva profunda são chamados surdos.

O termo surdo é visto, pela grande maioria das pessoas, como uma maneira ofensiva de se dirigir ao sujeito que tem perda auditiva. E por isso, preferem utilizar uma forma mais suave e optam por chamá-lo de deficiente auditivo. Entretanto, esta forma suave pode ser considerada até mesmo agressiva para os surdos. Deficiente remete a não ser capaz, insuficiente, insatisfatório.

"O surdo é diferente, não deficiente”. Por questões históricas, o surdo foi visto e ainda é visto como incapaz de se comunicar, aprender, se manifestar, pensar, escrever, se integrar. Esta limitação que é imposta aos surdos, é muitas vezes, maior que própria limitação sensorial que eles apresentam.

A surdez ou deficiência auditiva é provocada por um problema no sistema auditivo. Em sua grande maioria, o aparelho fonador do surdo não é afetado. Logo, não é correto dizer que todo surdo ou deficiente auditivo é mudo. Eles não são mudos. Se você conviver com eles, vai perceber que eles podem falar e se manifestar através de sons da fala. Muitas pessoas surdas não falam porque não aprenderam a falar. Alguns surdos já falam (oralizados) pois desenvolveram a fala através de um trabalho com fonoaudiologia.

O surdo, mesmo que seja privado em um dos sentidos, é capaz de interagir e aprender, criar, se comunicar. Cabe a nós, educadores, neste mundo de ouvintes, contribuir para que estas possibilidades sejam reais na vida social e acadêmica dos surdos.